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Channel: A MÚSICA E A CRIANÇA
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A HISTÓRIA DA BARATINHA

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Comecei o semestre levando esta história para meus alunos da Educação Infantil. Quando criança, a alguns anos atrás, tive o prazer de poder ouvir as histórias da coleção "Disquinho". Ouvíamos, eu e minhas irmãs, aqueles discos coloridos tantas vezes, que podíamos contar as histórias, repetir as falas dos personagens e cantar as canções de cor. 

Para quem nunca ouviu falar, a coleção "Disquinho" surgiu em meados dos anos 40. Quando Braguinha assumiu a direção artística da gravadora Continental, sua filha era pequena. Vislumbrando explorar um novo mercado: a produção de discos para crianças, Braguinha começou com a adaptação de "Branca de Neve e os Sete Anões" e "Chapeuzinho Vermelho". Gravados por artistas como Carlos Galhardo e Dalva de Oliveira, as composições originais eram de Braguinha. Os primeiros volumes tiveram direção musical de Radamés Gnattali.
Os discos eram compactos, coloridos e foram ouvidos pelas crianças brasileiras até o final dos anos 80. Aos poucos outros autores fizeram adaptações e composições para a coleção, destacando-se Elza Fiúza.
Todos os textos são escritos em prosa rimada, alguns deles narrados pelo próprio Braguinha. Entre as narrativas encontram-se diversas melodias, como no caso de "Chapeuzinho Vermelho", com as músicas: Pela estrada afora, Eu sou o Lobo Mau e Os Caçadores.
Nos anos 80 a Editora Moderna lançou a coleção "Clássicos Infantis" em livros ilustrados, dos quais muitos fizeram parte da série "Disquinho".



"A História da Baratinha"é um conto clássico. O mais antigo registro dessa história é um manuscrito de 1782, que se encontra na Torre do Tombo, em Lisboa. A versão deste livro é de autoria de Braguinha (João de Barro) com ilustrações de Avelino Guedes. 
Nas aulas de música podemos contar a história, explorar as vozes dos animais, trabalhar rimas e versos e cantar com nossos alunos:
"Quem quer casar com a Dona Baratinha,
que tem fita no cabelo e dinheiro na caixinha?"

ou

"Abana o fogo, macacada, abana o fogo!
Abana bem, bota a panela no fogão."

PROJETO CIRCO

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Desenvolvi este projeto no início do ano passado, na Escolinha do Faz-de-Conta. Neste período, estava terminando minhas atividades de estágio para a faculdade. Isto me ajudou a construir o projeto, buscando organizá-lo e escrevê-lo (em todos os detalhes), assim como buscar referências bibliográficas para embasamento das minhas propostas. 
Espero que gostem!


Projeto circo blog from mariavirginiamarzano

              
           




TEMPO DE BRINCAR

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Comprei o DVD "Tempo de Brincar" em 2010, quando estava desenvolvendo um trabalho sobre o Saci no mês do folclore, nas aulas de música da Educação Infantil, e buscava por um material novo para enriquecê-lo. Não conhecia a companhia, mas fiquei contente em saber que eles estavam em Sorocaba. 
Sorocaba é uma grande cidade. Já estudei, trabalhei e morei lá. Meu segundo filho nasceu em Sorocaba e tenho muitas lembranças boas da cidade.
O DVD é muito bom! É alegre, com músicas variadas, cenários bem feitos, bonecos, cores e muita magia e encantamento!


As canções são de Valter Silva. Os bonecos, as ilustrações, cenários e histórias de Elaine Buzato. São oito clipes com histórias como "A Lenda do Guaraná", com músicas como "Pererê" e "Ciranda dos Teus Olhos"; e quatro gravações de apresentações ao vivo da dupla: "Se esta rua fosse minha", "Uma história de Saci", "Pombinha Branca" e "O que é, o que é?". 
Neste mês de agosto o DVD é um material importante para ser explorado em sala de aula.


Elaine Buzato é atriz, artista plástica e flautista. Ela cria os bonecos, os adereços e cenários dos clipes e dos espetáculos que apresentam por aí. Valter Silva é compositor, músico e pesquisador da cultura popular brasileira.
O site: http://www.tempodebrincar.com.br/ conta um pouco da trajetória da dupla, além de falar sobre seus espetáculos. Traz também clipes e materiais para baixar. 
A dupla tem 4 CDs gravados, além do DVD "Tempo de Brincar". Seu primeiro CD "Tempo de Brincar" de 2003 tem canções de Valter Silva com arranjos de Cadmo Fausto para coral infantil. Outros CDs trazem participações de Mônica Salmaso, Toninho Ferragutti e Pena Branca.
Os temas das composições falam da cultura popular, falam dos personagens do nosso folclore, com ritmos brasileiros: maracatu, frevo, ciranda, moda de viola e marchinhas.
Seus espetáculos seguem a estética dos autos populares, onde a música narra trechos das histórias e os personagens são interpretados por atores brincantes. Dá para perceber o cuidado e carinho dedicado em todos os elementos que compõem suas criações: nos arranjos musicais, no uso dos instrumentos, na exploração de bonitas sonoridades, nos cenários coloridos, nos bonecos e mamulengos, nas vestimentas e  nos adereços.


TEMA E VARIAÇÃO - FALANDO DE MOZART E UAKTI

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Esta sequência de atividades musicais foram pensadas para um grupo de crianças com idades entre 8-12 anos, que toquem flauta doce ou piano (podendo ser adaptada para outros instrumentos).
Realizei estas atividades com um grupo de flauta doce no ano de 2010. O trabalho de escrita do planejamento foi feito para a disciplina "Produção de Material Didático para Educação Musical" do meu curso "Educação Musical" pela UAB-UFSCar,  em 2011.
Disponibilizo para vocês! Espero que possa ajudar e fornecer ideias para as aulas de instrumento em grupo.






REVISTA DE LEEME

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Gostaria de divulgar neste espaço algumas iniciativas disponíveis na internet para quem gosta de ler e estudar sobre Educação Musical através do computador. Existem diferentes revistas que disponibilizam suas publicações, inclusive para download, trazendo textos e artigos de muitos educadores musicais. É um material muito rico que merece ser explorado.

Durante os anos de faculdade tive a oportunidade de conhecer vários endereços e gostaria de compartilhar, neste artigo, um deles.

É a Revista de LEEME. Editada na Universidade de Valencia, Espanha, a revista eletrônica de LEEME(Lista Europea Electrónica da Música en la Educación) tem como objetivo ser um veículo de difusão de conhecimento sobre a Educação Musical. Com periodicidade semestral a revista foi fundada em 1998.



Um dos artigos que li "Recursos didácticos para la enseñanza musical de 0 a 6 años" tem como autoras Miriam Ballesteros Egea e María García Sánchez.
Publicado na Revista Electrônica deLEEME, nº 26 de dezembro de 2010, neste artigo as autoras destacam a importância e os benefícios da música no desenvolvimento geral das crianças, concluindo que "ademais, se consiguen despertar todos los sentidos asi como las capacidades de atención y concentración". Elas destacam que existem dois pilares fundamentais para o ensino de música: a percepção e a expressão. Atividades de percepção buscam a educação do ouvido, da audição, e de expressão buscam a prática do canto, da dança, do movimento corporal e dos instrumentos musicais.
Pude observar, a partir da leitura do texto citado acima, que a autora Walkyria Passos Claro, educadora paulista, minha primeira professora de musicalização infantil, parte dos mesmos pilares para estruturar sua proposta de ensino de música para crianças. Walkyria preocupa-se com o desenvolvimento do "OUVIDO" e para isto propõe uma série de exercícios, jogos e brincadeiras voltados para a educação dos sentidos rítmico/melódico, melódico/harmônico e da capacidade de distinguir formas. As três autoras buscam fundamentar sua prática nas propostas dos educadores musicais Willems, Kodaly, Orff e Dalcroze: partir da observação, exploração, descobrimento e discriminação dos elementos sonoros que cercam as crianças; buscar um repertório de canções adequado à faixa etária; utilizar o corpo para evocar as diferentes situações sonoras, partir do movimento corporal para perceber os parâmetros do som; utilizar a voz como instrumento musical.
Outro ponto em comum entre as autoras do texto e a educadora Walkyria é a forma como pensam e organizam as aulas de música para bebês (crianças dos 9 meses aos dois anos de idade). Todas afirmam que as aulas devem ser muito bem organizadas, com atividades que despertem o interesse, cuidando para que as atividades sejam breves, capazes de captar a atenção das crianças. A presença de uma pessoa próxima da criança é fundamental, assim, nas aulas, o bebê deve vir acompanhado pelo pai, mãe ou cuidador. A escolha das canções, a rotina da aula, toda proposta de ensino é bastante parecida e segue os mesmos procedimentos.
Segundo o texto os professores são modelos essenciais para as crianças, pois, no processo de aprendizagem, elas repetem e imitam seus mestres. Assim como as crianças primeiramente falam para depois aprenderem a escrever, assim também, na música, se devem criar oportunidades para que a criança experimente a música, de forma prática, através dos jogos e brincadeiras para, mais tarde, aprender de forma teórica.

O endereço é:
http://musica.rediris.es/leeme/index.html

PUBLICAÇÕES SOBRE EDUCAÇÃO MUSICAL

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No site da Associação Artístico-Cultural, a Atravez, é possível encontrar publicações sobre Análise Musical e Educação Musical.
A Atravez é uma entidade sem fins lucrativos, criada em 1985 na cidade de São Paulo. Tem como objetivo favorecer o desenvolvimento do ser humano e sua integração no coletivo por meio de um trabalho sócio-educativo baseado na arte e na cultura.


As publicações são divididas em dois cadernos de estudo: análise musical e educação musical. Lá podemos encontrar artigos de Carlos Kater, Koellreutter, Arthur Nestrovski, Teca Alencar de Brito, Bernadete Zagonel, Victor Flusser, Keith Swamwick, entre outros. 

O texto "Cenas Musicais I: A Música do ´Sombra´" de Teca Alencar de Brito parte do relato de uma experiência musical com um grupo de crianças de 4-5 anos de idade para nos dar uma visão de como a autora analisa a relação da criança com a música de uma forma muito bem fundamentada.
Através de uma atividade de criação musical, as crianças compõe uma pequena melodia para o personagem "Sombra", personagem imaginário que acompanhava uma das alunas do grupo. A partir daí, a autora faz uma análise sobre as cantigas infantis, ressaltando que, uma boa parte delas, traz algumas características comuns com a produção das crianças realizada em sua aula: as cantigas utilizam graus conjuntos ou pequenos saltos, têm pouca variação de tons, são, muitas vezes, limitadas a uma única linha melódica e possuem esquemas rítmicos repetitivos.
Para Teca a música é uma forma de expressão e comunicação, tornando-se também, para as crianças, um meio para que elas conheçam o mundo e através do jogo e da fantasia o transformem.
Teca ressalta também que a música das crianças aproxima-se de algumas das principais vertentes da estética musical contemporânea. No seu texto ela cita que, na composição das crianças os parâmetros do som são tratados qualitativamente, com imprecisão, não existe melodia fixa. Existem tessituras, pontos, movimentos. Não existem compassos, existem durações. A intensidade e a densidade caminham juntas, em blocos. Estas observações foram feitas quando a autora pediu que as crianças criassem uma improvisação musical utilizando instrumentos para a melodia "Sombra". Segundo Teca:

           “Com as crianças, basta conhecê-las e respeitá-las: respeitar sua percepção, sua cultura e as características próprias a cada fase de seu desenvolvimento, sua realidade, seu contexto social.”

 As propostas têm como objetivo final tornar a música parte da vida das crianças pequenas, abrindo canais para o desenvolvimento da percepção auditiva, da criação e expressão.

O texto citado está disponível no endereço:



MY STRANGE GRANDFATHER

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Muito bonito, sensível, criativo...
Apreciem!

MÚSICA PARA CRIANÇAS

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O livro "Música para Crianças" é uma versão do título "Children's Book of Music" da editora inglesa Dorling Kindersley, da Publifolha.
O livro, ricamente ilustrado, nos leva a fazer um pequeno passeio pelo mundo da Música, desde a Antiguidade até os dias de hoje.
Nos capítulos cujo título é "Perfil do Músico", podemos conhecer a vida de diferentes compositores e intérpretes famosos. A obra reúne pequenas biografias sobre Bach, passando por Villa-Lobos, Schoenberg, Duke Ellington, Frank Sinatra, Beatles, Led Zeppelin, entre outros.
Os capítulos sobre "Perfil dos Instrumentos" trazem os detalhes, as histórias e os instrumentistas ligados aos instrumentos que vão do Didjeridu (Austrália), da Pipa (China), ao violino, piano, trompete e guitarra. Traz um mapa riquíssimo da orquestra, além de informações sobre a origem dos instrumentos, como se desenvolveram ao longo dos anos e sua extensão.
Nos capítulos "Estilo Musical" podemos conhecer os diferentes gêneros e a evolução dos estilos na história da música. Podemos conhecer os sons da África, o Blues, o Reggae, a Música Pop e a Música Clássica Contemporânea.
Os capítulos intitulados "Apresentação" trazem a música em todo o mundo ao longo dos tempos. O mundo dos sopros, cordas, percussão, os grandes oratórios, os balés, as valsas, as danças características de determinados países como o tango, a salsa e o samba. Podemos conhecer também os grandes maestros, as gravações sonoras e as mais famosas trilhas sonoras. 
O livro vem acompanhado por um CD com 35 faixas. Enquanto você lê sobre determinado assunto é possível ouvir o som do instrumento citado, ou a obra de um autor. As gravações trazem exemplos de percussão vocal, riffs de guitarra, trechos do balé "O Lago do Cisnes", música indiana, canção cerimonial das mulheres massais do Quênia, entre outros.
Considero-o uma importante ferramenta de trabalho, interessante e variado, que com certeza vai despertar a curiosidade das crianças e de todos que tocam, cantam, dançam e gostam de música. 




Video Musical "O Gigante" do Tiquequê

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Desejo muito sucesso para o Tiquequê! Belíssimo trabalho!

DVD JACARELVIS

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Conheci o trabalho de André Pádua e Tiago Saad domingo passado. Na verdade recebi um email do André, que me convidou para conhecer o novo lançamento de seu estúdio: Animar.
Adoro conhecer novos trabalhos de música, principalmente trabalhos voltados para o público infantil. Percebo que, a cada dia, mais e mais compositores, músicos e animadores estão preocupados em oferecer à este público trabalhos de qualidade. Assisti, então, alguns clipes disponíveis deste novo DVD e fiquei encantada!
As músicas e letras do DVD são de Eduardo Lazarine, Anselmo Henrique e Tiago Saad. 
Os ritmos são bem legais: tem blues, rock e bossa nova. Os temas estão relacionados com o dia-a-dia das crianças pequenas, pois falam de alimentação, escovar os dentes, ficar de castigo (adorei!), brincar e estudar. Gostei muito da música "Barulhinho Bom" e "Jacaré Careca" também.
O Estúdio Animar localizado em Campinas, produz clipes musicais infantis e animações institucionais. Responsável por grande parte das animações dos DVDs da Galinha Pintadinha, possui outros títulos, entre eles "Luan, o Cometinha". 
O DVD foi produzido este ano e tem a duração de 34 minutos.
Vale a pena conhecer este trabalho. Muito sucesso para o pessoal do estúdio Animar!

Alguns links para saber mais:








Trailer do DVD Infantil do Jacarelvis e Amigos

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Segue o trailer do DVD. Espero que vocês gostem!




FORTUNA, TATIANA BELINKY E HÉLIO ZISKIND

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Vocês conseguem imaginar o que poderia sair do encontro deste três excepcionais artistas?
A música! O projeto "Tic Tic Tati"é o resultado da adaptação musical de obras de Tatiana Belinky por Hélio Ziskind e Fortuna.
"Tic Tic Tati", lançado em CD em 2012 e transformado em espetáculo, reúne música e literatura. Tem 14 canções. Dez delas são composições sobre textos de Tatiana. 
Como são bonitas e apaixonantes as histórias cantadas dos "Dez Sacizinhos", "O Grande Rabanete", "O Caso do Bolinho", "Coro das Bruxas" e "A Operação do Tio Onofre"! O CD traz também duas canções conhecidas: "Lindo Balão Azul" e "O Vira", além de duas composições inéditas de Hélio Ziskind: "Na Roda da Fortuna" e "Tic Tati".
As faixas trazem rock, forró, valsas, marchinhas, cheias de gingado. As rimas simples são facilmente assimiladas pelas crianças. Apresentei várias músicas para os grupos da Educação Infantil, desde o maternal até o grupo III, e posso garantir, foi o maior sucesso!




Nascida na Rússia, em 1919, Tatiana veio para o Brasil, com sua família, aos dez anos de idade. Desembarcou no Rio de Janeiro, mas depois foi morar em São Paulo. Fluente em russo, alemão e letão, aprendeu o inglês e foi professora na escola Americana. Foi responsável pela adaptação da obra de Monteiro Lobato para televisão: O Sítio do Pica-Pau Amarelo. Escreveu críticas literárias para muitos jornais como "O Estado de São Paulo" e "Jornal da Tarde", trabalhou em diferentes programas da TV Cultura, fundou e editou a revista "Teatro da Juventude". 
Escreveu mais de 250 obras de literatura infanto-juvenil durante toda a sua carreira. Seu trabalho foi premiado aqui no Brasil e no exterior, recebendo o Prêmio Jabuti em 1989. Em 2009 foi eleita para uma das cadeiras da Academia Paulista de Letras.


Tatiana Belinky faleceu no dia 15 de junho deste ano, aos 94 anos de idade. Sobre sua obra, Fortuna diz: "com todo seu afeto, abordou a vasta gama de sentimentos humanos, ora com bom humor, ora com tristeza, de forma poética retratou para crianças o que elas próprias sentiam, criando um elo fortíssimo de identificação. Ela tinha uma tiradas incríveis e totalmente inusitadas."




Fortuna é o nome artístico de Fortunée Joyce Safdié, cantora e compositora brasileira, ligada à música, à dança e ao teatro. De origem judaica, Fortuna, após uma viagem à Israel, em 1991, iniciou um trabalho de pesquisa e resgate das canções medievais de tradição Ladina (o ladino é um dialeto judeu-hispânico, idioma dos sefaraditas).
Este trabalho resultou na gravação de vários CDs, entre eles: "La Prima Vez", "Cantigas", "Novo Mundo" e "Mediterrâneo". Seus espetáculos foram encenados em várias cidades brasileiras, assim como em Paris, Nova York, Amsterdã, Buenos Aires e Jerusalém.
Em 2008, a cantora lançou um CD e um DVD com o espetáculo "Na Casa da Ruth", que conta com poemas de Ruth Rocha, musicados por Hélio Ziskind no repertório.
Este novo CD, o  "Tic Tic Tati", une novamente literatura e música, dando continuidade ao belíssimo trabalho de Fortuna.

E o Hélio Ziskind? Já falei sobre ele aqui no blog (confiram). Admiro seu trabalho (que é imenso!). Adorável!

Visitem o Hélio Ziskind no facebook: https://www.facebook.com/helioziskindoficial





MARY CRISTO - TRIBALISTAS

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Esta música é muito bonita! Cantamos na festa do encerramento da Escolinha do Faz-de-Conta! As crianças adoraram!





Muita paz e harmonia para todos vocês! Feliz 2014!

UM MINUTIIIINHO! PALAVRA CANTADA.

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     Estou ouvindo o CD "Um Minutiiiinho!" do grupo Palavra Cantada. Seus trabalhos sempre foram muito bons! Ricos melodicamente, ricos nas letras das músicas, nos ritmos, nos arranjos. Sempre surpreendem as crianças e também os adultos! 
     Admiro no grupo o respeito com que tratam o ato de compor e tocar para a criançada! E por isso eles estão aí, fazendo muito sucesso! É muito bom tê-los perto da gente!



     Lançado no primeiro semestre de 2012 o CD traz canções inéditas como "Bruxa Feia", "Agenda Infantil", "Um Minutiiiinho!" e "Para Parar a Brincadeira", além de músicas já conhecidas como "Vem Dançar com a Gente", "A Nossa Casa" e "Então tá Combinado".
     Ao todo são 14 canções que falam sobre a vida das crianças, suas relações com seus familiares, amigos  e com o mundo ao redor. 
     As canções "Um Minutiiiinho!", "Para parar a brincadeira" e "Agenda Infantil" chamam a atenção para o dia-a-dia da criançada e como os adultos interferem neste dia-a-dia, muitas vezes sem respeitar o tempo e a "voz" das crianças. 
     "Então tá Combinado" foi usada pela TV Cultura na abertura do programa Quintal da Cultura.
     Algumas músicas usam sons onomatopaicos, que chamam a atenção, principalmente dos pequenos e são divertidas. São elas: "Vambora tá na hora", "Passeando" e "Eu sou um Bebezinho".
     Duas músicas lindíssimas: "Vem dançar com a gente" - tão animada e contagiante e "Bolinhas de Sabão" - que explora sons feitos com a boca e os lábios, foram usadas na apresentação do final de ano da escolinha em que leciono. As crianças dançaram, brincaram no palco com bolhinhas de sabão e com roupas de bruxas e caveiras chamaram toda platéia para dançar. Foi muito especial!
     Misturando poesia, bossa-nova, ritmos ternários que sugerem movimentos giratórios, as canções "Bruxa Feia", "Esse e Aquela", "A Nossa Casa" e "Olha o Nenê" são deliciosas de ouvir!
     E bem no meio do CD uma ótima história, falando de desmatamento, queimada e desrespeito à vida selvagem, "Papagaio Reginaldo"é bem interessante! Tenho certeza que a criançada vai ouvir com muita atenção.
     O CD tem direção musical de Paulo Tatit, produção musical de Guilherme Kastrup e mixagem de João Milliet. Participação especial de Fernanda Takai na faixa "Olha o Nenê", do coral infantil do Palavra Cantada e de Dora Stroeter, uma menina de 9 anos que gravou duas faixas. Boa parte das músicas foi composta em parceria com Zé Tatit e duas delas com Arnaldo Antunes. A música "A Nossa Casa" traz também Alice Ruiz como letrista.






CANÇÕES PARA CRIANÇAS

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          Estava lendo uma revista e gostaria de compartilhar um artigo dela com vocês. A revista chama-se "Música & Linguagem" e foi uma publicação especial da revista "Língua" da editora Segmento. Esta edição data de 2010 e o editor foi Edgard Murano. Andei pesquisando no site da revista e no site da editora, porém não encontrei referências à revista, nem sua versão online, a não ser esta nota do editor em seu blog:  http://edgardm.wordpress.com/2010/11/22/o-texto-musical/



          Os artigos são bons e muito interessantes. Nesta postagem gostaria de destacar o artigo de Guilherme Bryan intitulado "Canções para Crianças".
          Neste artigo, o autor fala de grandes compositores que aceitaram o desafio de escrever as letras para músicas infantis, traçando uma pequena linha histórica que tem início na década de 40, quando o Braguinha ou João de Barro resolveu criar a coleção Disquinho. Reunindo as histórias clássicas infantis, a coleção também traz novas histórias, todas elas recheadas de canções de João de Barro, que se tornaram inesquecíveis como: "Pela Estrada", de Chapeuzinho Vermelho, as músicas de "Festa no Céu", da "História da Baratinha" ou ainda de "A Cigarra e a Formiga".
          Em 1977 foi lançado o disco "Os Saltimbancos", adaptação de Chico Buarque do conto "Os Músicos de Bremen". A "Arca de Noé" de Vinicius de Moraes foi lançado em 1980. Os próximos anos foram marcados pelos trabalhos de Toquinho, como "Casa de Brinquedo", Edgard Poças, responsável pelas canções da Turma do Balão Mágico, Guilherme Arantes, com "Lindo Balão Azul" e até mesmo Raul Seixas, com "Carimbador Maluco".
          Os anos 90 trouxeram compositores como Paulo Tatit, Sandra Peres, Hélio Ziskind e Tim Rescala. Compositores como Adriana Calcanhoto e Oswaldo Montenegro também vieram fazer parte deste time. (Gostaria de dizer que estes compositores foram citados no artigo, por isso estou me referindo à estes nomes no momento.)
          O que mais me chamou atenção no artigo, foram os depoimentos desses compositores quando questionados sobre suas músicas e letras, e o desafio de compor para o público infantil. Repasso alguns deles, extraídos diretamente do artigo.


          "As Arcas de Noé, com Vinicius, contêm a poesia primorosa e lúdica do poeta. Com Mutinho (Casa de Brinquedos), os brinquedos adquirem vida, em metáforas diretas e comparações divertidas. E, com Elifas (Andreato), fiz canções muito criativas, cuja essência nasceu dos pragmáticos Direitos da Criança ("Canção de Todas as Crianças"), que se transformaram em histórias cheias de bom humor e cidadania." Toquinho.
" O que deve predominar é a simplicidade, com palavras diretas e objetivas, sem subestimar a capacidade de compreensão da criança. O tema tem de interessar a criança, que deve se sentir atraída pelo enredo das canções, sem se assustar, nem se enjoar. Palavras complicadas devem ser excluídas e priorizadas aquelas que contêm uma sonoridade adequada à melodia. A criança praticamente exige a diversão, a singeleza e a integridade das ideias. Ela percebe imediatamente o que é falso e comprometido com a desordem temática". Toquinho.



"Quando eu e a Sandra fazemos letras como "Pé com Pé" ou "Bolacha de Água e Sal", sempre submetemos a pessoas com mais tarimba para ver se não há uma ou outra palavra que fique melhor. Lembro-me de várias trocas de palavras na canção "Eu", de minha autoria, feitas ora pelo Arnaldo Antunes e ora pelo meu irmão José Tatit, que é outra pessoa ligada na boa apropriação das palavras."Paulo Tatit.
"A criança tem um vasto mundo interior a ser explorado. Na parte da forma, é preciso ser lúdico, fazer uma letra que brinque com as palavras, uma melodia que tenha uma graça qualquer, um ritmo contundente. Acho difícil que um ritmo mais suingado, como o samba, interesse às crianças de 10 anos. Não sei bem por quê, mas isso acontece. Ou seja, há coisas específicas para crianças, que precisam ser identificadas e trabalhadas. É muito comum ouvirmos uma canção feita para crianças cuja letra comenta o mundo infantil, mas de fora. Normalmente, essa canção não serve para criança e, sim, para o adulto recordar sua infância"Paulo Tatit.


"Para mim, é um valor falar corretamente, ter gosto em usar as regências corretas, ou seja, tratar a língua com carinho. Mas, quando a norma culta soa esquisita, eu me afasto dela. Procuro aproximar as palavras pela sonoridade, pelo ritmo que causam. O texto pode ser longo, e crianças decoram letras enormes, mas o estilo tem de ser sintético."Hélio Ziskind.
"Há um avanço e um grande interesse pela música para crianças. A música está presente nas escolas, mesmo quando não há professores especializados. Há muito mais lojas de instrumentos, e se grava com mais facilidade. Vejo que o meu trabalho e o da Palavra Cantada se expandem. O CD da Adriana Partimpim chegou até a tocar em rádios, coisa que há tempos não acontecia com uma canção infantil. Mas há também o avanço das canções que propõem um erotismo precoce e dos programas de calouros, em que as crianças são conduzidas a serem imitações de adultos em miniatura. Não dá para ter um julgamento único, mas já é uma felicidade ver que músicas distintas conseguem florescer." Hélio Ziskind.


 " A questão da linguagem é crucial. Sem ganchos adequados, não cola. Com criança, o que conta é a forma de dizer as coisas. Aí é que está o talento. É preciso oferecer figuras palatáveis para as crianças e jamais sugerir regras. Trabalhar com a liberdade, pois a criança funciona na intuição e não no raciocínio."Guilherme Arantes.
"Para o público, em geral, você pode "ser infantil". Para a criança, jamais. Criança não quer papo infantil, pueril. Criança quer criatividade pura, mas com sugestão de crescimento, de mundo grande." Guilherme Arantes.




"Ele cantava para ver minha reação. Se eu ficasse contente, seguia em frente. Se não, mudava o que tinha feito. Ele também gostava de inventar palavras, que eu achava engraçadas. E chegava até a mudar o rumo das histórias de acordo com o que eu queria, como, por exemplo, tirar a avó da barriga do lobo em Chapeuzinho Vermelho - recorda Maria Cecília."Sobre Braguinha, Maria Cecília Braga de Araújo Góes, sua filha.






"No trabalho para o público em geral, minha única preocupação é desabafar, ser verdadeiro e que eu goste. A arte para o adulto não tem compromisso com a lógica e nem compromisso político ou filosófico. A arte para o adulto é feita, e deve ser feita, de maneira livre, carregando a bandeira da liberdade total. Já para a criança, a gente tem de tomar um cuidado absoluto."Oswaldo Montenegro.




"A criança absorve com muito mais rapidez qualquer proposta artística, o que é bom, a princípio, mas pode ser perigoso. Afinal, a disponibilidade auditiva da criança fica à mercê de tudo". Tim Rescala.




Transcrevi estes depoimentos de grandes compositores retirados do artigo de Guilherme Bryan. Acredito que serão úteis para nós, educadores musicais e pessoas interessadas em música para crianças. Aprender com quem tem experiência e faz sucesso é muito bom!










BIBLIOTECA DE RITMOS

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Começamos o mês de fevereiro falando de carnaval com as crianças da escolinha. Além de muitas marchinhas (divertidas e fáceis de cantar e dançar), falei sobre a bateria das escolas de samba. Notei que as crianças das turmas de 4 e 5 anos pouco sabiam sobre escolas de samba. Achei estranho. Além da divulgação e quantidade de notícias sobre carnaval que inundam os canais de TV nesta época, para mim sempre foi tão normal, desde criança, assistir desfiles, pela TV ou nas ruas de São Roque, Alumínio ou Ouro Preto (lugares que morei). É certo que em Orlândia o carnaval é diferente nos dias de hoje. Então, nada melhor que recorrer aos vídeos para mostrar a bateria das escolas de samba para a criançada.

E foi através de pesquisa que descobri um site muito bacana! Vocês já conheciam?

Biblioteca de Ritmosé um projeto idealizado por Daniel Gonzaga, com o produtor Rodrigo Rezende e o técnico de som Thiago Frazão, que tem como objetivo rodar o Brasil e catalogar ritmos musicais de diferentes manifestações culturais. Segundo Daniel "a ideia é estudar essas células rítmicas e fusões até chegar ao ritmo que conhecemos hoje. O objetivo é catalogar esses ritmos que correm o risco de desaparecer com a morte de seus mestres."

Daniel Gonzaga é filho de Gonzaguinha, nascido no Rio de Janeiro em 1975. Músico e compositor, já tem gravados sete discos. O projeto Biblioteca de Ritmos busca mapear, documentar e divulgar as nuances musicais brasileiras, com o intuito de valorizar a memória musical do nosso povo. 

A partir de viagens e com o patrocínio de Furnas, o músico tem feito um registro valioso, um verdadeiro banco de dados dos ritmos brasileiros. Na página você vai encontrar diversos vídeos e textos sobre diferentes instrumentos como tambores, bandolins, violas, pandeiros, rabecas, triângulos, agogôs, pratos, cuícas, e outros. 
Os ritmos estão organizados também por origem geográfica e étnica. Assim você pode pesquisar ritmos originários de diferentes estados brasileiros e de outros países. Conhecer a origem de determinado ritmo, saber que ritmos vieram de um mesmo lugar e como se manifestaram no Brasil. Conhecer os artistas, cantores, fandangueiros, tocadores, pessoas que são a base da manifestação da cultura brasileira.
O site traz vídeos diversos, vídeos-aulas, músicas e partituras de ritmos. 

Selecionei este vídeo sobre a Cuíca, que foi mostrado para as crianças. Muito bom!
Construímos também uma cuíca, com lata, palito de churrasco e um pequeno paninho úmido para fazer a cuíca soar.




Endereços para você visitar:

http://www.youtube.com/user/bibliotecaderitmos?feature=watch

http://www.bibliotecaderitmos.com.br/

ASTOR PIAZZOLLA "ADIOS NONINO"

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Esta é uma das músicas que mais gosto. É fantástica!

Composta em 1959 pelo compositor argentino Piazzolla, dias depois da morte de seu pai Vicente, a quem o músico costumava chamar de Nonino, este tango foi considerado uma das melhores e mais representativas obras do autor. 
Em meio a uma profusão de sons e ritmos, um fragmento melódico, de notas largas e sentidas, que mais parece um profundo e angustiado lamento, parece conter toda a dor da perda de alguém muito querido.
No próximo dia 16 fazem 11 anos que Francisco, meu filho, faleceu. Esta música é para mim como um Réquiem. Adeus meu menino!


LOBISOMEM - FERNANDA SANDER

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Fernanda Sander é cantora, educadora e compositora. Conheci seus trabalhos através de uma amiga que estudou em Piracicaba, na Escola de Música Artes e Melodias, onde Fernanda estudou.

Fez parte do grupo "Éramos Três", em Belo Horizonte, com Eduardo Borges, Filipe Guerra e Jalver Bethônico. O grupo tinha como proposta mostrar que música para crianças deve instigar a inteligência, a criatividade e a experimentação. O CD "Quando eu crescer" foi vencedor do Prêmio da Música Brasileira, como melhor álbum infantil, em 2011. 

A partir de 2013, o grupo encerrou suas atividades, e Fernanda partiu para o seu projeto "Pé de Poesia".

Entre seus trabalhos vamos encontrar os CDs "Baladinhas de Amor e Dor de Cotovelo" e "Contae" e o livro "A Girafa que Comia Estrelas".

Você pode visitar os endereços abaixo para saber mais:
http://eramostres.com/e3/
http://fesander.blogspot.com.br/
http://www.pedepoesia.com/index.html



OS SALTIMBANCOS

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Em 1977 eu ia completar 12 anos de idade. Não me lembro muito bem se meus pais compraram este disco assim que foi lançado, só sei que eu e minhas irmãs adorávamos ouvi-lo e encenamos o musical para o público lá de casa, no teatro da garagem, em Alumínio, onde morávamos.
No início deste ano, nas nossas reuniões de planejamento da Escolinha do Faz-de-Conta, recebi a sugestão da professora Márica para trabalharmos com o livro "Os Músicos de Bremen". Rapidamente me lembrei das músicas de"Os Saltimbancos"e criei um projeto de educação musical para as crianças dos grupos II e III da escolinha. Cada canção, cada personagem do musical permitiu o desenvolvimento de uma série de atividades para serem trabalhadas nas aulas de música.  As crianças estão adorando e já cantam os principais temas. É muito interessante poder reviver a obra, que me foi tão querida na infância, com meus alunos e perceber o quão atual e surpreendente ela continua sendo. 
A primeira temporada do espetáculo aconteceu no Rio de Janeiro, em 1977, no Canecão. No elenco Marieta Severo, como a gata, Miúcha, a galinha, Pedro Paulo Rangel, o cachorro e Grande Otelo, o jumento. No coro infantil muitas crianças, entre elas: Bebel Gilberto, Isabel Diegues e Sílvia Buarque. 
No entanto, para a gravação do disco, teremos a participação de Nara Leão, como a gata, Magro e Ruy, do grupo MPB 4, como o jumento e o cachorro e  Miúcha, como a galinha.
Em 1992, o espetáculo foi novamente montado, com muito sucesso,  e teve no elenco Nizo Neto, Maria Lúcia Priolli, Ruben Gabira e Suely Franco. 
Mas como tudo começou?


Em uma viagem à Itália, em 1976, Chico Buarque, conheceu o disco"I Musicanti". As músicas eram de Luis Enriquez Bacalov e o texto de Sérgio Bardotti (à esquerda, na foto ao lado). 
Luis Enriquez Bacalov, nasceu na Argentina, em Buenos Aires. Compositor, responsável pela trilha sonora de muitos filmes como "Django", "His Name is King" e "O Carteiro e o Poeta", ganhou, por este último, o Oscar de Melhor Trilha Sonora, em 1994. 
Sergio Bardotti, nasceu na Itália, em Pavia, em 1939, falecendo em Roma no ano de 2007. Letrista e compositor, autor de canções como "Canzone per te", "Ti Lascera" e "Occhi di Ragazza", Sergio Bardotti atuou na indústria fonográfica, sendo diretor da gravadora RCA. Foi responsável por difundir na Itália a música de Vinicius de Moraes, Toquinho e Chico Buarque.
O disco infantil "I Musicanti" foi inspirado no conto dos Irmãos Grimm,"Os Músicos de Bremen". Segundo Sergio Bardotti, a versão italiana, mudou o sexo de dois personagens: o gato e o galo, que passaram a ser uma galinha e uma gata. No entanto, esta mudança ocorreu devido aos intérpretes da obra: o grupo musical "I Richi e i Poveri" que era formado por dois homens e duas mulheres.
O musical não fez grande sucesso na Itália. No Brasil ganhou o nome de "Os Saltimbancos" que significa grupos de músicos ou artistas que viajam pelas cidades, fazendo apresentações nas praças, feiras e ruas.
Chico Buarque foi muito feliz ao imprimir uma linguagem mais teatral à obra. Interessante notar o uso de várias gírias, termos e expressões, que fazem parte das letras das músicas, que retratam o português falado na época. Expressões como: "crista da onda", "estar frito", "cacilda", "que grilo", "botar pra quebrar" entre outras. 
Um trecho bastante interessante do musical é quando os animais resolvem ensaiar a música "Minha Canção". Em forma de brincadeira eles fazem referência a diferentes trechos de músicas brasileiras como "Tem Dó", de Vinicius de Moraes, "Milho Verde", de Gilberto Gil, "Juventude Transviada", de Luiz Melodia  e "Ave Maria do Morro", de Herivelto Martins.
Vale a pena assistir o especial"Chico Buarque - Saltimbancos (2006)", dirigido por Roberto de Oliveira, disponível no endereço:

Os Saltimbancos é um musical com estrutura tradicional: as músicas vão ajudando a contar a história. O Jumento funciona como "mestre de cerimônias", apresentando o que está por vir. O coro das crianças são as vozes de consciência dos animais, advertindo contra os perigos, mostrando caminhos certos. Cada personagem tem sua canção, assim ele se apresenta ao público. As demais melodias fazem a abertura, falam dos sentimentos de alegria, frustração, vitória, apresentam as ideias e os planos dos animais.
As letras são divertidas, com muitas rimas, explorando a sonoridade das palavras e cativando as crianças. 
Quando completou 30 anos, a peça escrita pelo Chico, foi relançada pela editora José Olympio, com ilustrações inéditas de Ziraldo. Você sabia que os dois assinam também "Chapeuzinho Amarelo", clássico da literatura infanto-juvenil brasileira?




CHICO DOS BONECOS

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Francisco Marques é mineiro, nasceu em Belo Horizonte em 1959. É contista, poeta, brincante e mamulengueiro. Seu trabalho, que desenvolve desde o início da década de 1980, tem como matéria-prima a riqueza da oralidade e da cultura brasileira: lendas, contos, fábulas, cantigas, brinquedos e brincadeiras. Com muito humor, carregando malas com brinquedos, livros, cacarecos, bonecos, fantoches, uma gaita, Chico desperta a imaginação do seu público através de suas histórias, brincando com as palavras.
Possuidor de uma voz audível e persuasiva, Chico dos Bonecos utiliza seu corpo, sua memória, sua imaginação e uma linguagem viva e musical para inspirar alunos e professores que participam de seus cursos e palestras. 
Atualmente, Chico mora em São Paulo. É autor de vários livros de literatura infantil, entre eles "Desvendério", "O Lenhador", "A Biblioteca dos Bichos", "Galeio" e "Muitas coisas, poucas palavras - A oficina do Professor Comênio e a arte de ensinar e aprender".
Seu livro "Galeio", publicado pela editora Peirópolis, foi premiado pela Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil como melhor livro de poesia de 2005.
Tenho comigo, já há alguns anos, o CD "Histórias Gudórias de Gurrunfórias de Maracutórias Xiringabutórias", de sua autoria, pelo selo Palavra Cantada. Este CD foi gravado em 1999 e traz muitas histórias e poemas na voz do Chico dos Bonecos. Além disso, ele nos apresenta quatro brinquedos antigos e universalmente conhecidos, que produzem barulhos atraentes e fazem a trilha sonora das histórias: o diabolô, o diablete, o corrupio e a escada-de-Jacó.
  
                                                 



Vale a pena ler na íntegra a entrevista com Chico dos Bonecos publicada no endereço abaixo:

http://www.escoladeeducadores.com.br/ee/index.php?option=com_content&task=view&id=33&Itemid=29

Nesta entrevista, Chico fala da importância do brinquedo e do brincar para a criança. Fala sobre sua infância, seus trabalhos e sobre educação. 

Para Chico não se pode conceber a arte de ensinar sem a brincadeira: "a brincadeira ensina. O estudo é divertimento, quando se entende que aprender é decorrência natural de estar vivo, os cinco sentidos abertos. A escola é o lugar no qual letras e números são brinquedos."

Também dá para ouvir o CD na rádio UOL:

http://www.radio.uol.com.br/#/volume/francisco-marques/historias-gudorias-de-gurrunforias-de-maracutorias-xiringabutorias/3858

"A arte de ensinar é fruto de outra - da arte de aprender. E uma e outra não podem ser submetidas à pressa ou a discursos de eficácia que atropelem o mais importante: a nossa arte de ensinar é uma estrada segura, clara, cercada de infinitas coisas para se ver, ouvir, saborear, pegar, cheirar. Por isso, nessa estrada caminhamos devagar, calmamente, lentamente."


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